terça-feira, 21 de julho de 2015

O tradicional Bazar das Famílias dos Educandos do Projeto Axé

Em 15/07/2015
O Bazar das Famílias é uma ação que tem como objetivo proporcionar uma reflexão entre os familiares de Educandos, além de ressignificar o conceito de doação.
Por meio desta iniciativa, roupas sapatos, utensílios domésticos, brinquedos, acessórios e afins não são apresentados de forma assistencialista e sim de maneira responsável, uma vez que cada participante recebe uma determinada quantia em dinheiro fictício denominado AXÉREAIS. Cada pessoa pode comprar apenas no limite que possui, gerando assim, um aprendizado acerca do valor do dinheiro e da autonomia do indivíduo de escolher aquilo que quer "pagar", e desta forma, sair da condição passiva de receber o que "outros disponibilizam " ,como no processo usual de doação. Tendo como tema do Bazar: "Aniversário de 25 Anos do Projeto Axé".

quinta-feira, 9 de julho de 2015

A tradicional quadrilha de São João dos Educandos do Projeto Axé

Em 22/06/15
  Origem da Festa Junina 
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.

De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).

Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha. 

Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.

Formação no Projeto Axé com a Dra. Teresa Penna Firme

Em 18/06/15 - Auditório do Centro de Formação do Projeto Axé

 Dra Teresa Penna Firme - Educadora e Psicóloga Clinica, com especial formação acadêmica no campo da Avaliação. Mestre em Psicologia Educacional pela Universidade de Wisconsin, USA. Mestre em Educação pela Universidade de Stanford, Califórnia, USA. Doutora (Ph.D) em Educação e Psicologia da criança e do adolescente pela Universidade de Stanford, Califórnia. Exerceu o magistério no Ensino Fundamental, Médio e Superior (Graduação e Pós-Graduação), bem como funções de Direção e Coordenação na PUC/RIO, UFRGS e UFRJ, atuando como Professora, Pesquisadora e Orientadora de Dissertações e Teses. É Consultora, Avaliadora e Conferencista nacional e internacional. É Coordenadora do Centro de Avaliação na Fundação CESGRANRIO e Membro da American Evaluation Association.
A Dra. Teresa proporcionou um momento para avaliação das ações do Projeto Axé, revisitando as crenças individuais em relação à missão e criando a oportunidade de uma auto avaliação de desempenho.
A partir de então, passamos a traçar as metas, estratégias e evidências para a operacionalização do plano de trabalho. 


A tradicional reza de Santo Antonio do Projeto Axé

Em 12/06/15
No dia 13 junho, a Igreja Católica celebra o dia de Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares, venerado não somente em Pádua, onde foi construída uma basílica que acolhe os restos mortais dele, mas no mundo inteiro. 
Santo casamenteiro. Assim é invocado pelas pessoas que desejam se casar e lembrado pelo nosso folclore. Não se sabe qual a origem dessa devoção. Talvez esteja ligada a algum milagre feito pelo santo em favor das mulheres, por exemplo, quando fez um recém-nascido falar para defender a mãe acusada injustamente de infidelidade pelo pai.
Mas há outro episódio com explicação mais direta. Certa senhora, no desespero da miséria a que fora reduzida, decidiu valer-se da filha, prostituindo-a, para sair do atoleiro. Mas a jovem, bonita e decidida, não aceitou de forma alguma. Como a mãe não parava de insistir, a moça resolveu recorrer à ajuda de Santo Antônio. Rezava com grande confiança e muitas lágrimas diante da imagem quando, das mãos do Santo, caiu um bilhete que foi parar nas mãos da moça. Estava endereçado a um comerciante da cidade e dizia: "Senhor N..., queira obsequiar esta jovem que lhe entrega este bilhete com tantas moedas de prata quanto o peso do mesmo papel. Deus o guarde! Assinado: Antônio".
Daí teve o nome de santo casamenteiro.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Aniversário de XXV Anos do Projeto Axé

Em 01/06/15


Aos quase 80 anos, Cesare segue influenciando gerações de educadores que acreditam na construção de um país mais justo.
“Aos 27 anos, morava em Florença, na Itália, e sonhava em ser diplomata. Num estalo, em Janeiro de 1968, aos 29 anos decidi largar a vida de burguês italiano e vim para a Amazônia, trabalhar com crianças e adolescentes. Pensava que, como diplomata, eu  poderia ser útil apenas aos interesses do meu país, mas se eu me dedicasse à causa das crianças e dos adolescentes, poderia ser parte dessa mudança que eu tanto sonhava.

 Em 1969, há 45 anos, em Manaus, já tinham crianças que dormiam no pátio da catedral, aquela situação me impressionou muito. Fundamos o Centro Social Nossa Senhora das Graças, no Beco do Macedo, na época uma favela da capital.  Criamos uma escola profissionalizante para 400 adolescentes e uma pré-escola.

Doze anos depois, em 1981, entendi que minha contribuição estava concluída e mudei para o Rio de Janeiro para trabalhar como assessor técnico na extinta Fundação Nacional do Bem-Estar Social (Funabem). De lá fui para o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), e depois de três anos, em 1985, fui nomeado representante-adjunto no Brasil do Unicef, em Brasília.

Em Brasília, comecei a pensar dentro desse contexto de mudanças profundas do Brasil, a partir da redemocratização. Acreditei que aquele seria um momento histórico para implantar um projeto que fosse capaz de, ao mesmo tempo, incluir na pauta do Brasil os direitos das crianças -  que estavam sendo elaborados na nova Constituição e no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)  criar um espaço onde teriam o direito de serem felizes.

Ao sair do Unicef recebi alguns convites, mas somente um apontava na direção do sonho: a Terra Nuova, uma ONG italiana de cooperação internacional me chamou para coordenar um projeto com meninos de rua em Salvador. Meu princípio inegociável era não repetir o que já se fazia no Brasil.

Queria dar a melhor educação aos mais pobres. Eu rejeitava a tese de que, para quem nada tem, qualquer coisa serve. Além disso, defendia o profissionalismo dos educadores e um sistema de formação permanente. Não queria instalar oficinas de carpintaria, corte e costura ou manicure. Queria arte e cultura a serviço da educação.
 É impossível educar sem estética, sem beleza, sem arte e cultura.

Ou seja: me recusei a realizar um projeto educativo pobre para pobres. E a Terra Nuova aceitou o desafio, juntamente com o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que deu um apoio fundamental do ponto de vista político e institucional para um projeto que ainda nem tinha nome. Trabalhávamos para garantir aos filhos da exclusão o direito a vida com V maiúsculo.

Uma tarde, eu estava em casa, na Praia de São Tomé de Paripe, em Salvador, e observava o pôr do sol, pensando em qual poderia ser o nome do projeto. Naquele momento, algumas crianças corriam na praia. Eram todas negras e estavam banhadas pelo sol do fim de tarde. Decidi chamar de Axé, que no Candomblé é o principio vital, a energia que move todas as coisas. O nome homenageia a cultura afro-brasileira e afirma que a criança é o axé mais precioso de uma nação. 

No início fui crucificado... falar de beleza e colocar as crianças para dançar e jogar capoeira? As pessoas me diziam que eu estava doido. Que aquelas crianças só queriam encher a barriga, que estavam morrendo de fome. Ninguém se interessaria por dança, música... Aqui, na Bahia, temos a predominância dos elementos afros, dos quais o Axé se apropriou, mas a arte e a beleza são universais. Acreditamos que conseguiríamos estimulá-los por meio desses elementos e seguimos em frente.

Nos primeiros tempos do projeto, as crianças olhavam para os educadores e diziam: eu não tenho nada a perder. Elas estavam nos dizendo que não tinham sonhos nem desejos. Lembro que, em 1993, tínhamos 50 ingressos para ver um espetáculo de dança no Teatro Castro Alves. E se jogassem o teatro abaixo? Era uma dúvida. Já pensou se roncassem na plateia?

Não aconteceu nada disso. Ao final do espetáculo nos olharam e perguntaram: por que não podemos dançar também? Essa é a força da pedagogia do desejo. No Axé, os chinelos de dedo convivem com as sapatilhas.

O desejo dos meninos e meninas criou o Axé Design, a Companhia de Dança, a Orquestra de Câmara e tudo o que hoje temos aqui. Claro que, se super estimularmos, haverá frustrações no meio do caminho, mas cabe a nós, educadores,  colocar um pára-quedas psicológico para que a criança chegue ao solo em segurança, num campo de realizações possíveis.

No dia-a-dia do Axé vejo que a arte e a educação são cada vez mais conjugadas – a arte é a própria educação. Eu me considero um homem que exercita essa combinação, para tentar contribuir para a transformação dos outros.

No fundo tenho convicção de que minha missão é essa mesma: tentar transformar as pessoas para que elas sejam mais felizes. É importante dizer que eu mesmo fui profundamente transformado pelas crianças. “Elas me deram essa energia fortíssima de ter a disposição de mostrar aos outros a alegria de mudar e de transformar.”
  Cesare fez na abertura um Culto Ecumênico com um representante de cada religião.